7 de fevereiro de 2020
A luta contra a obesidade não se restringe à questão estética, mas, principalmente, de saúde e, nesse caso, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.
Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, produzida pelo Ministério da Saúde, a obesidade é uma realidade para 18,9% dos brasileiros. Já o sobrepeso, atinge mais da metade da população (54%). Calcula-se que, em 2030, grande parte do sistema público e privado não conseguirá tratar de forma adequada os pacientes com as doenças provocadas pela obesidade.
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura no corpo. O diagnóstico é feito através do Índice de Massa Corporal (IMC) – padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). IMC entre 25 e 30 indica sobrepeso e entre 30 e 35, obesidade grau I. Nestes casos, o tratamento se resume na prevenção, ou seja, com alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. No entanto, se o IMC estiver entre 35 e 40, se configura a obesidade grau II e, a partir daí, já é possível buscar indicação de cirurgia bariátrica.
Existem dois tipos básicos de cirurgias bariátricas: restritivas e mistas. As cirurgias que apenas diminuem o tamanho do estômago são do tipo restritivas (Banda Gástrica Ajustável e Sleeve), onde a perda de peso se faz pela redução da ingestão de alimentos. Existem também as cirurgias mistas, nas quais há a redução do tamanho do estômago e um desvio do trânsito intestinal (ocorrendo uma diminuição da absorção dos alimentos). As cirurgias mistas podem ser predominantemente restritivas (derivação Gástrica com e sem anel) e predominantemente disabsortivas (derivações bileopancreáticas). Porém, é importante ressaltar que a escolha da técnica a ser usada é do médico. Somente o cirurgião saberá avaliar qual o melhor procedimento para tratar a obesidade e possíveis doenças associadas, como diabetes, sem oferecer grandes riscos ao paciente. Desta forma, é muito importante que o paciente procure um profissional habilitado em fazer a cirurgia bariátrica e metabólica, que pertença a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, questioná-lo sobre qual procedimento ele pretende realizar.
Por fim, a indicação da cirurgia deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, composta por médico clínico geral, nutricionista, educador físico e psicólogo, além do cirurgião bariátrico. Antes da pessoa ser operada, ela deve receber orientações sobre a necessidade de mudanças do estilo de vida, como a prática de exercícios físicos e melhora dos hábitos alimentares, além de ser acompanhada pelo clínico geral para um adequado controle de suas doenças.